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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

De tudo

Publicada por bulgari

JustTomtom

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre a começar...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos: Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

Fernando Pessoa


P.s.- ... e façam o favor de ser felizes!!!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pergunta-me

Publicada por bulgari

SielojRamu

Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer


Mia Couto

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Judy Garland - Have Yourself A Merry Little Christmas

Publicada por bulgari

É isso mesmo!!!

Dás-me estrelas...

Publicada por bulgari


Não sei se me interessei pelo rapaz
por ele se interessar por estrelas
se me interessei por estrelas por me interessar
pelo rapaz
hoje quando penso no rapaz
penso em estrelas e quando penso em estrelas
penso no rapaz
como me parece
que me vou ocupar com estrelas
até ao fim dos meus dias parece-me que
não vou deixar de me interessar pelo rapaz
até ao fim dos meus dias
nunca saberei se me interesso por estrelas
se me interesso por um rapaz que se interessa
por estrelas
já não me lembro se vi primeiro as estrelas
se vi primeiro o rapaz
se quando vi o rapaz vi as estrelas

Adília Lopes

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

[Sesame Street] Grover montage

Publicada por bulgari

That's all we need!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Outro tempo

Publicada por bulgari

Jean Jaqques

Gostava que as noites não me transportassem ao dia seguinte, gostava que nelas houvesse um trilho, um atalho que as levasse a um outro tempo.

Daniel Maia Pinto Rodrigues

sábado, 12 de dezembro de 2009

The Cure - Pictures Of You (Live 2008)

Publicada por bulgari

So much more than everything!

A volta dos sonhos

Publicada por bulgari

Misjra

Um dia sonhei que sonhavas com um dia assim.
Era como se eu escrevesse os teus pensamentos e tu lesses os meus. Uns levavam-me, outros traziam-te: até nos colocarem num sítio só. Passeávamos num sítio sem passeios. Parávamos aqui e acolá a ouvir o arco -íris ou um eco: encontrávamos a montanha dos sonhos.
Descemos tanto, tanto, que fomos encontrar um miradouro. A paisagem lá em baixo era tão alta que olhámos para cima até perder de vista. E os olhos, assim fechados, levaram o corpo ao encontro de tudo o que o ar tem escondido. Chegados a lado nenhum, descobríamos, nesse lugar cheio de lugares, lados e mais lados sem parar. Sem saber o que dizer, ouvíamoss nomes e mais nomes: para mudar, trocar e voltar a chamar. Em cada coisa uma palavra vinha ter connosco para nos explicar que coisa era. Era como se fosse nossa ao dizê-la. Quando voltámos, quisemos mostrar tudo tal e qual. Dissemos tudo e mais alguma coisa. Mas tudo estava transformado em histórias para contar. Sorrimos: se as histórias são o que os sonhos foram e podem ser contadas outra vez, também os sonhos voltam, mesmo sendo outros.

Gémeo Luís e Eugénio Roda, in Rêve

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

The Cinematic Orchestra 'Breathe' - Live At The Barbican

Publicada por bulgari

I can't breathe...

A única solução

Publicada por bulgari

Chiruu Andrea


Deves andar sempre bêbado. É a única solução.

Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.

Com vinho, com poesia, ou com a virtude. Escolhe tu, mas embriaga-te.

E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que passou, a tudo o que murmura, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala: pergunta-lhes que horas são:

"São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Com vinho, com Poesia, ou com a virtude".


Charles Baudelaire, in Spleen de Paris


sábado, 5 de dezembro de 2009

A dor mais doce

Publicada por bulgari

My blueberry nights

Com um dedo, toco a borda da tua boca, desenhando-a como se saísse da minha mão, como se a tua boca se entreabrisse pela primeira vez, e basta-me fechar os olhos para tudo desfazer e começar de novo, faço nascer outra vez a boca que desejo, a boca que a minha mão define e desenha na tua cara, uma boca escolhida entre todas as bocas, escolhida por mim com soberana liberdade para desenhá-la com a minha mão na tua cara e que, por um acaso que não procuro compreender, coincide exactamente com a tua boca, que sorri por baixo da que a minha mão te desenha. Olhas-me, de perto me olhas, cada vez mais de perto, e então brincamos aos ciclopes, olhando-nos cada vez mais de perto. Os olhos agigantam-se, aproximam-se entre si, sobrepõem-se, e os ciclopes olham-se, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam sem vontade, mordendo-se com os lábios, quase não apoiando a língua nos dentes, brincando nos seus espaços onde um ar pesado vai e vem com um perfume velho e um silêncio. Então as minhas mãos tentam fundir-se no teu cabelo, acariciar lentamente as profundezas do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de uma fragrância obscura. E se nos mordemos a dor é doce, e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo do fôlego, essa morte instantânea é bela. E há apenas uma saliva e apenas um sabor a fruta madura, e eu sinto-te tremer em mim como a lua na água.

Julio Cortázar

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Rodrigo Leão - Cathy (with Neil Hannon)

Publicada por bulgari

How to say it better?

Sabias?

Publicada por bulgari


"Eu sei, parece-te que perdi o fio à meada, mas não. Tive de fazer parágrafo porque a pergunta pedia-me que te olhasse nos olhos e sabes que me perco sempre em qualquer dos lugares onde guardas a ternura."

Sandra Costa

Sweet disposition never too soon... oh reckless abadon like no one´s

Cidade sem alma

Publicada por bulgari

Complejo

Existe um rasto de silêncio pelas

ruas desta cidade onde moro. O meu corpo

tece horas já e nada se apaga como antes.

Onde estou, o frio é incessante e

às minhas mãos queimam-se fotografias como

se o passado não existisse mais.

De hoje em diante, irei apagar-me

em cada dia, para que nada reste dentro de mim

ou dentro da garrafa vazia.

Por isso te vejo a desaparecer

rapidamente, como um dente-de-leão ao vento

da minha voz, ao agredir-te sem que te

doa ou marque para sempre. E para que os dias passem, bebo-me

de dentro das mãos. Como um vinho verde

que me corre no corpo e assim a visão do mundo

é mais carente - o frio que sinto é da

cidade. Nada mais existe por aqui que me prenda

ou que me faça ficar. Visto a mala para

pensar na partida, carrego-me pela porta até

ao jardim que se estende lá fora, sem luz sem sol

nem calor. Os meus pés já não caminham porque

não sabem. Porque todas as cartas me ensinaram

que a maneira como se pisa um ladrilho é igual

à de pisar um rosto

mesmo que de tal não se goste.

Por isso perco os sentidos nesta cidade

sem polícia e sem refúgios - como se fosse eu

o último a perder-me nas ruas labirínticas e

planas onde o vento me espalha a memória como

água em papel.


Sérgio Xarepe


sábado, 28 de novembro de 2009

You wish...

Publicada por bulgari




Vamos fazer limpeza, mas geral
e vamos deitar fora as coisas todas
que não nos servem para nada, essas
coisas que não usamos já e essas
que nada fazem mais que apanhar pó,
as que evitamos encontrar porquanto
nos trazem as lembranças mais amargas,
as que nos fazem mal, enchem espaço
ou não quisemos nunca ter por perto.
Vamos fazer limpeza, mas geral,
talvez melhor ainda uma mudança
que nos permita abandonar as coisas
sem sequer lhes tocar, sem nos sujarmos,
que fiquem onde sempre têm estado;
vamos embora só nós, vida minha,
para voltar a acumular de novo.
Ou vamos deitar fogo ao que nos cerca
e ficarmos em paz com essa imagem
do braseiro do mundo face aos olhos
e com o coração desabitado.

Amalia Bautista


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Snow Patrol - Just Say Yes (official video)

Publicada por bulgari

Just say what ever you fucking want.....

Espera-me

Publicada por bulgari



Espera-me e eu voltarei,
mas espera-me muito.
Espera-me quando cair a neve
e chegarem as chuvas tristes,
quando chegar o calor,
não deixes de esperar.
Espera-me, quando já
ninguém esperar e se tiver
esquecido já do ontem.
Espera-me mesmo que as cartas
não cheguem de longe.
Espera-me quando todos
estiverem já fartos de esperar.
Espera-me e eu voltarei,
não ames – peço-te –quem repetir de memória
que é tempo já de olvidar;
mesmo que mãe e filho julguem
que eu não existo mais.
Deixa que os amigos, ao lume,
se cansem de esperar e bebam
vinho amargo em memória de mim.
Espera-me e não
te apresses a beber com eles.
Espera-me e eu voltarei,
para que a morte se encha de raiva.
O que nunca me esquecer
dirá talvez de mim: coitado, teve sorte.
Jamais compreenderão
aqueles que jamais esperaram.
Tu é que me salvaste do fogo.
De como sobrevivi
saberemos tu e eu,
porque simplesmente me esperaste,
como ninguém me esperou.

Konstantin Simonov

sábado, 21 de novembro de 2009

Metades

Publicada por bulgari


Que a força do medo que tenho não me
me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é plateia e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Cocteau Twins - Bluebeard

Publicada por bulgari

Are you the right mouth for me?..........

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não é para menos

Publicada por bulgari

Resize

Hoje é um dia reservado ao veneno
e às pequeninas coisas
teias de aranha filigranas de cólera
restos de pulmão onde corre o marfim
é um dia perfeitamente para cães
alguém deu à manivela para nascer o sol
circular o mau hálito esta cinza nos olhos
alguém que não percebia nada de comércio
lançou no mercado esta ferrugem
hoje não é a mesma coisa
que um búzio para ouvir o coração
não é um dia no seu eixo
não é para pessoas
é um dia ao nível do verniz e dos punhais
e esta noite
uma cratera para boémios
não é uma pátria
não é esta noite que é uma pátria
é um dia a mais ou a menos na alma
como chumbo derretido na garganta
um peixe nos ouvidos
uma zona de lava
hoje é um dia de túneis e alçapões de luxo
com sirenes ao crepúsculo
a trezentos anos do amor a trezentos da morte
a outro dia como este do asfalto e do sangue
hoje não é um dia para fazer a barba
não é um dia para homens
não é para palavras

António José Forte


domingo, 15 de novembro de 2009

Archive - The Empty Bottle (Full length video)

Publicada por bulgari

From the album Controlling clowds.

E assim sou...

Publicada por bulgari

Scarabuss

E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância – irmãos siameses que não estão pegados.


Fernando Pessoa, o livro do desassossego


terça-feira, 10 de novembro de 2009

We Can Do Anything

Publicada por bulgari

Remember.....

Give me news?

Publicada por bulgari


"Prefiro mil vezes ficar encostada à ponte, a olhar os barcos, esses homens livres que não conheço, e a ouvir soprar o vento. Decididamente odeio a sociedade."

Katherine Mansfield-Diários

sábado, 7 de novembro de 2009

Who Says - John Mayer

Publicada por bulgari

Who says i can't get stoned??!!!

sábado, 31 de outubro de 2009

Corsage - Wedding by The Mall

Publicada por bulgari

Hoje de volta no Desasossego do costume.

Nada permanece igual

Publicada por bulgari




Corro sérios riscos de querer dizer tudo e nada dizer.
As palavras saíram-me pela ponta dos dedos e entraram-me na pele. E nela permanecem. Inquietas teimando em não sair. Sei que esta sensação só me acontece quando alguém consegue arrancar as emoções de dentro de mim, de um puxão só. Sussurro-as baixinho entre sorrisos esgalhados de incredulidade e nervosismo, como se fosse minha a nudez. Mas não.
É dela! Essa catraia aí de cima, que passa de criança a mulher e de insegura a fortaleza em segundos, elevando-se na poesia de Maria do Rosário Pedreira a um nível sublime. Ficando naquele patamar de quem se veste de todas as palavras, todos os sons, todas as cores e se despe horas depois, voltando a ser a Ana que tantos conhecem, mostrando-nos tantos seres dentro do ser.
Não tenho outra forma de te agradecer senão com um singelo, muito obrigado!


P.S.-Abraços ao director, músico, moço da luz e ao "meu" banco que estava todo catita.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Doi-me.....

Publicada por bulgari


Dói-me qualquer sentimento que desconheço; falta-me qualquer argumento não sei sobre o quê; não tenho vontade nos nervos. Estou triste abaixo da consciência.

Fernando Pessoa [Bernardo Soares]Livro do Desassossego

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A não perder

Publicada por bulgari


terça-feira, 27 de outubro de 2009

John Mayer - Gravity

Publicada por bulgari

Gravity is working against me...gravity want´s to bring me down.

Não tenho perguntas...

Publicada por bulgari


"Amigo, não tenho perguntas para fazer-te. Quantas
pessoas entendem aquilo que não entendo?
Quem descobriu o segredo mais inútil?
Amigo, não tenho perguntas para fazer-te.
Basta-me olhar. Passaram anos, poderiam ter passado mais
anos ainda. Poderiam passar séculos."

José Luís Peixoto

domingo, 25 de outubro de 2009

You are....

Publicada por bulgari


....the sweetest thing!!!

sábado, 24 de outubro de 2009

Procura a Maravilha

Publicada por bulgari


Onde um beijo sabe
a barcos e bruma.
No brilho redondo

e jovem dos joelhos.
Na noite inclinada de melancolia.
Procura.
Procura a maravilha.



Eugénio de Andrade

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Chuva Seca

Publicada por bulgari

Brilhante!!

Verdadeiramente

Publicada por bulgari


"A Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….”

Friedrich Nietzsche

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Silent Film - 'Thirteen Times The Strength'

Publicada por bulgari

Sinking underwater
Fighting like a feather
Slipping underneath the world
This weight upon my shoulders
Crushing all my hopes
It's thirteen times the strength
Of anything I felt on earth....

Mas eu

Publicada por bulgari


"Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água."

Álvaro de Campos

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Foo Fighters - Wheels [FULL VIDEO] [HIGH QUALITY]

Publicada por bulgari

I wish for something new....

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Há dias

Publicada por bulgari


"Há dias que são como espaços preparados para que tudo doa"-Roberto Juarroz

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Segue-o!

Publicada por bulgari


"Ninguém pode construir no teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida. Ninguém, excepto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem número, e pontes, e semi-deuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas isso custar-te-ia a tua própria pessoa: hipotecar-te-ias e perder-te-ias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Aonde leva? Não perguntes, segue-o!"

Friedrich Nietzsche

terça-feira, 13 de outubro de 2009

No fear

Publicada por bulgari

“Medo tenho é de ser enterrado sem história."

[Mia Couto]

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Regresso

Publicada por bulgari

Rui Palha

" A vida ri-se das previsões e põe palavras onde imaginámos silêncios, e súbitos regressos quando pensámos que não voltaríamos a encontrar-nos"

José Saramago

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pátria

Publicada por bulgari

Lyddie


Por um país de pedra e vento duro
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro
Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou

Rente aos ossos com toda a exatidão
Dum longo relatório irrecusável
E pelos rostos iguais ao sol e ao vento
E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão

Pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas—
Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento

Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Eu minha vida daria
E vivo neste tormento

Sophia de Mello Breyner Andreson

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Os meus desejos são cansaços

Publicada por bulgari



Dorme enquanto eu velo…
Deixa-me sonhar…
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,

Não para te amar.
A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.

Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme. dorme,
Vaga em teu sorrir…

Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir."

Fernando Pessoa


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Nocturno

Publicada por bulgari



"Gritos de revolta e de angústia de uma mulher durante a noite."


OUTONO

Publicada por bulgari




" Vai-te ao longo da costa discorrendo,

e outra terra acharás de mais verdade,

lá quase junto donde o Sol ardendo

iguala o dia e noite em quantidade."

Luís de Camões


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A boca fechada

Publicada por bulgari



Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei
Pois que a língua que falo é doutra raça.

Palavras consumidas se acumulam
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vasa de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em me não conhecem.

Nem só lodos a se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quanto me calei,

Não poderá morrer sem dizer tudo.

José Saramago

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Como de Súbito na Vida

Publicada por bulgari




Como de súbito na vida tudo cansa!
e cansa-nos a vida e nos cansamos dela,
ou ela é quem se cansa de nós mesmos,
na teima de existir e desejar?
Porque, neste cansaço, não o que não tivemos,
ou que perdemos, ou nos foi negado, o que de que se cansa,
mas também o quanto temos, nos ama, se nos dá a
até os simples gozos de estar vivo.
Um dia é como se uma corda se quebrara,
ou como se acabara de gastar-se,
que nos prendia a tudo e tudo a nós.
Não é que as coisas percam importância,
as pessoas se afastem, se recusem, ou nós nos recusemos.
Não. É mais ou menos que isto- se deseja igual ao como
até há pouco desejávamos. É talvez mais.
Mas sem valor algum.
O dia é noite, a noite é dia, a luz se apaga ou se derrama sobre as coisas
mas elas deixam de ter forma e cor,
ou se sumir no espaço como forma oculta.
E o que sentimos é pior que quanto
dantes sentíamos nas horas ásperas da fúria
de não ter ou de ter tido.
Porque se sente o não sentir.
Um tédio Não como o tédio antigo. Nem vazio.
O não sentir.
Que cansa como nada.
Até dizê-lo cansa.
É inútil. Cansa.

Jorge de Sena

Song for Mia

Publicada por bulgari

The secret life of bees

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sombras

Publicada por bulgari



Somos sombras
de qualquer coisa incerta
pedaços de vidro
num grito de alerta .

O toque de um piano
por trás de uma porta
um raio de luz
que sem querer corta
um golpe profundo
que toca na alma
temor escondido
que brinca na calma
e traz o sossego da vida agitada
fazendo uma dança na ponta da espada.

somos também
um sopro esquecido
de enorme alegria por termos vivido.

Manuel Brália




sábado, 8 de agosto de 2009

Raul Solnado

Publicada por bulgari


"... cheguei à guerra eram 7 horas da manhã, estava a guerra ainda fechada e tava uma mulherzinha a vender castanhas à porta da guerra e eu perguntei: minha senhora, faz favor diz-me: aqui é que é a guerra de 1908?..."




sexta-feira, 17 de julho de 2009

Why wonder?

Publicada por bulgari


De modos que ando mais ou menos neste estado...

domingo, 12 de julho de 2009

Dave Matthews Band - Folsom Field - The Space Between

Publicada por bulgari

The space between the tear we cry...
is were you´ll find me...hiding waiting for.....you.

domingo, 5 de julho de 2009

O lugar das coisas

Publicada por bulgari

The Edge By Tremenda

Gosto das palavras exactas, as que acertam
com o centro das coisas, e quando as encontro
é como se as coisas saíssem de dentro delas.
Essas palavras são duras como os objectos
que designam, pedra, tronco, ferro, o vidro
de espelhos quebrados com o calor da tarde.
Tento incendiá-las quando escrevo, como se
o fogo saísse de dentro da frase, e se espalhasse
pelo campo da página numa devastação de sílabas.
Então, atiro sobre as palavras outras palavras,
água, pó, terra, o ar seco do verão,
para que a voz
não fique queimada nesta paisagem negra.
Recolho os restos, os adjectivos, os advérbios,
artigos, preposições, para que só as palavras que
indicam as coisas fiquem no lugar que já tinham.
Pouco importa que as frases percam o sentido.
O que fica são os nomes das coisas, para que as
coisas saiam de dentro deles e as
possamos ver nos seus lugares.
Nuno Júdice

sábado, 20 de junho de 2009

MatchboxTwenty - These Hard Times (Official Video)

Publicada por bulgari

Say goodbye, these days are gone....
How i wish it was true!

Utopie Calabresi

Publicada por bulgari


Estas coisas valem pelo que valem! E na sua grande maioria valem pelo bem inestimável que é a amizade, o respeito e pelo mimo que sentimos por alguém e esse alguém nos retribui de volta, sempre com uns pózinhos a mais.
É o caso da XICA ( http://bicatrina.blogspot.com/) que ao atribuir-me este prémio sabia de antemão que, eu iria ficar toda embrulhada e teria que recorrer ao seu manual de instruções, porque a moça é como um farol para a grande maioria dos que a rodeiam. Será que ela o sabe?
E aqui vai sem mais contendas e demoras:

O Premio Internazionale UTOPIE CALABRESI inspira-se nos valores do Humanismo, entendendo-se por isso “tudo o que é digno do homem e o torna civilizado, elevando-o acima da barbarie”. Este “selo” foi criado com o objetivo de premiar os blogs que promovem conhecimento livre, cultura e arte, tolerância e aceitação da diferença, amizade e solidariedade entre os povos...Quem recebe o Premio Internazionale UTOPIE CALABRESI e o aceita deve:- visitar o blog UTOPIE CALABRESI, http://utopiecalabresi.blogspot.com/, clicar na imagem do prémio colocada na homepage e deixar um comentário sobre o Humanismo;- escolher 5 outros blogs a quem entregar o prémio;- linkar o blog pelo qual recebeu;- exibir a distinta imagem.
Agora é que vão ser elas:

E já está! Abreijos e queijos de Serpa para todos.

sábado, 6 de junho de 2009

VIRGEM SUTA | Tomo Conta Desta Tua Casa (acústico)

Publicada por bulgari

Eu sei que não é fácil....
Grandes moços!!!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

At last....

Publicada por bulgari

Emmanuelle Hauguel

Enfim! Fim-de-semana. Nem lhe consigo tomar o gosto. Tamanho é o amargo que me vem à boca.
Mas que puta de semana que me caiu em cima que só me apetece carpir, dizer palavrões e roer as unhas até ao tutano. Só desejo é que o cabrão que me rogou esta praga bata com os ditos numa tábua rasa, e estar lá para ver.
Entrei na segunda-feira numa espécie de máquina de lavar gigante, da qual só hoje consegui sair a muito custo. Dói-me tudo. Estou de alma amarrotada e perplexa com o turbilhão de emoções e comportamentos vividos em apenas cinco escassos dias. As minhas defesas simplesmente esfumaram-se como se nunca as tivesse tido. Nada em mim foi característico.
Mais do que o desgaste que sinto, é a raiva de não ser capaz de passar ao lado da minha vida profissional, e reconhecer que há dias em que marrar contra o sistema nada resolve. Este meu feitio de burra obstinada há-de levar-me um dia à loucura em estado puro. Tenho algo de Dom Quixote em mim, e hoje só desejo ardentemente que o burro me dê uma parelha de coices e que isso me devolva alguma razoabilidade e bom senso. Ou isso, ou uma bela taça vinho.
Bem vistas as coisas e porque de dores já tenho que chegue, opto pela segunda.
Amanhã é outro dia e domingo vamos a votos.

sábado, 30 de maio de 2009

Rokia Traoré Dounia (clip officiel)

Publicada por bulgari

A música, o video, a voz da fantástica Rokia Traore.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Canção Grata

Publicada por bulgari

Oksana

Por tudo o que me deste
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca

Noites de insônia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada
Aquela tão doce e tão breve ilusão

Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui

Sem ironia aceita
A minha gratidão
Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste

Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais

Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Florbela Espanca

terça-feira, 26 de maio de 2009

Dorme

Publicada por bulgari



Dorme, meu amor, que o mundo já viu morrer
mais este dia e eu estou aqui, de guarda aos pesadelos.
Fecha os olhos agora
e sossega o pior já passou há muito tempo;
e o vento amaciou;
e a minha mão desvia os passos do medo.
Dorme, meu amor -a morte está deitada sob o lençol da terra
onde nasceste e pode levantar-se como um pássaro
assim que adormeceres. Mas nada temas: as suas asas de sombra
não hão-de derrubar-me
eu já morri muitas vezes
e é ainda da vida que tenho mais medo.
Fecha os olhos agora
e sossega a porta está trancada; e os fantasmas
da casa que o jardim devorou andam perdidos
nas brumas que lancei ao caminho.
Por isso, dorme, meu amor,
larga a tristeza à porta do meu corpo e
nada temas: eu já ouvi o silêncio, já vi a escuridão, já
olhei a morte debruçada nos espelhos e estou aqui,
de guarda aos pesadelos
a noite é um poema que conheço de cor
e vou cantar-to até adormeceres.

Maria do Rosário Pedreira

segunda-feira, 25 de maio de 2009

PLACEBO-WITHOUT YOU I'M NOTHING

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I....fall!

Dame la mano

Publicada por bulgari


Dame la mano y danzaremos;
Dame la mano y me amarás.
Como una sola flor seremos,
Como una flor, y nada más…

El mismo verso cantaremos,
Al mismo paso bailarás.
Como una espiga ondularemos,
Como una espiga y nada más.

Te llamas Rosa y yo Esperanza;
Pero tu nombre olvidarás,
Porque seremos una danza
En la colina y nada más…

Gabriela Mistral

sábado, 23 de maio de 2009

Chanel nº.5

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Adoro o anúncio.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Estrela da tarde

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Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!

José Carlos Ary dos Santos

domingo, 17 de maio de 2009

Heather Nova - You Left Me A Song

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you letf me a song....

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Coisas ternurentas

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Estou perdida de amores por esta foto!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Amália Hoje - A Gaivota

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Se uma gaivota viesse...

Todas as Palavras

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As que procurei em vão,
principalmente as que estiveram muito perto,
como uma respiração, e não reconheci,
ou desistiram e partiram para sempre,
deixando no poema uma espécie de mágoa
como uma marca de água impresente;
as que (lembras-te?) não fui capaz de dizer-te
nem foram capazes de dizer-me;
as que calei por serem muito cedo,
as que calei por serem muito tarde,
e agora, sem tempo, me ardem;
as que troquei por outras (como poderei
esquecê-las desprendendo-se longamente de mim?);
as que perdi, verbos e substantivos de que
por um momento foi feito o mundo.
E também aquelas que ficaram,
por cansaço, por inércia, por acaso,
e com quem agora, como velhos amantes sem
desejo, desfio memórias,
as minhas últimas palavras.

Manuel António Pina

domingo, 10 de maio de 2009

Espera

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"Por exemplo, se vieres às quatro horas, às três, já começo a estar feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...
Precisamos de rituais."

Antoine de Saint-Exupéry, O Príncipezinho

moon river-breakfast at tiffany´s

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Dream maker.......

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tempo de passagem

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Se tu viesses agora
Se entrasses àquela porta
e te viesses sentar
mesmo defronte de mim
nesta cadeira vazia
ocupada de silêncio,
(....)
Se por milagre
ou loucura
eu agarrasse a lonjura
e te fizesse mais perto,
com certeza que morria
ou renascia contigo
nesse preciso momento.

Manuela Amaral

terça-feira, 5 de maio de 2009

A volta

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Tão só em prosseguir busquei sentido
e o caminho é sem regresso a quem caminha
por nenhum instinto além reconhecido.
Espaço meu ou de loucura, era sozinha.

Vinha de não sei onde, lar perdido
de mim mesma, ou infância. Vinha
quando apenas vi que recobrara o ido
antigo estar em tal estância, minha.

E tudo que abandonei, a que deu termo
muda solidão pairando em grito ermo,
largo deserto visto em falso medo,
tudo que abandonei, faz companhia.

Enquanto, indo, um ocaso brando me assistia
eis que amanheço em mim, volto a ser cedo!

Maria Ângela Alvim

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ansiedade

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Tenho sede de palavras quentes
desgarradas dos limites formais.
Tenho fome da pureza
que a "diplomacia" da vida roubou.

Tenho saudade dos luares
que a simetria da cidade retalhou.
Sinto a tristeza e o frio dos cimentos
que fizeram dos homens aves sem vôo;
das crianças, criaturas sem jardins;
dos decénios, estações sem primaveras,
impingindo um formalismo e limitando
os seres em si.

Tenho a premência coletiva
de impor os sonhos à vida;
e, do artifício de viver,
fazer da vida a delícia
que as artes vivas
procuram viver.

Tenho ansiedadede não ficar ansiando
o que estou buscando,
na busca que busco, antes que a busca
me possa tragar.

Carlos Frydman

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Yael Naim - Far Far - Official Video

Publicada por bulgari

How can you stay outside, there´s a beautiful mess inside.
Beautiful......

Sopro

Publicada por bulgari


É naquele remoto sopro dentro do coração
que cada um reconhece o seu destino.
O sonho mais proibido: a ideia de um infinito
por fim quotidiano deixado em sorte
ao corpo do amor.
Rendido e prisioneiro para conservar intacto
o seu sabor, subtraído ao vazio havido entre as coxas
longamente, em vão,
como a água que todavia desliza da mão.

Paolo Ruffilli