É tudo tão pequeno esta manhã.
As aves acordaram surpreendidas,
a voarem nos meus olhos
curvas fatigadas
de Primavera morta…
As mãos caem-me secas
ao longo do corpo
em folhas recortadas
de árvore de solidão…
As raízes sugam-me nas veias
o sangue da terra
das manhãs de sussurro…
Sim. Hoje só eu existo…
Eu com este remorso de gota de água
que se recusa a cair no mar
─ para se sentir maior
longe da cólera comum da Tempestade.
josé gomes ferreira
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