Se eu pudesse
passar pelas antecâmaras
onde as pessoas se sucedem
queixando-se ou chormingando;
Se tivesse acesso directo
ao quarto da morte, quer dizer,
ao seu ponto
de interrogação negro,
jazendo na colcha.
Ao essencial,
de que tenho fome e ânsia.
Nem que fosse para acabar,
para recomeçar.
Para me entregar,
mesmo em troca
das veias dos braços,
ao abraço inadiável
do acontecimento.
Mostra-me a luz insinuada
do quarto lateral de onde
a história se prepara
para aparecer.
Uma arquitectura.
Uma esquina.
Um ângulo detrás do qual
crepite a chama, o corpo dourado.
Embora talvez prefire
sentar-me aqui, do lado de cá
na expectativa.
Vitor Oliveira Jorge
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