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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Bem vindo

Publicada por bulgari



não sou senão a fábrica de outros sonhos mal sabidos
entre quem nunca desejou sonhar.
a mim coube-me abarcar as esperanças de quem as ignorou
as solidões de quem se proibiu de ver sozinho 
as multidões fracas que couberam em mim esperavam
o tempo inteiro
e o tempo inteiro não me chegou
nem a sombra emersa
nem a luz não-finita.
infinidade de sonhos
tantos como os que me couberam um dia na palma da mão
apanhei-os debruçado sobre a teia do espaço social
e plantei-os em mim. 
dos que ficaram no chão nem os restos sobraram. 

André Tomé, A secreta viagem

2 comentários:

Primeira Pessoa disse...

mas que bela escolha.
gostei, de imenso, desta fábrica de sonhos mal sabidos.

abração do

r.

bulgari disse...

Este poema veste-me a pele como se nela tivesse nascido.
Abraços do lado de cá!