Erwin Brevis
De que me serviu ir correr mundo,
arrastar, de cidade em cidade, um amor
que pesava mais do que mil malas; mostrar
a mil homens o teu nome escrito em mil
alfabetos e uma estampa do teu rosto
que eu julgava feliz?
Porque era apenas atrás de ti
que eu corri o mundo, era com a tua voz
nos meus ouvidos que eu arrastava o fardo
do amor de cidade em cidade, o teu nome
nos meus lábios de cidade em cidade, o teu
rosto nos meus olhos durante toda a viagem,
mas tu partias sempre na véspera de eu chegar.
Maria do Rosário Pedreira
2 comentários:
a moldura vazia não permite adivinhar tua pose. nem o telintar do lápis contra a chávena de café, já fria, anima o vazio que me assola. não estás aqui, isso perturba-me. o teu cheiro já se diluíu no tempo e nos rumores que por vezes oiço nos recantos da casa, decadente mas digna. por entre as sombras e a macienta luz, a saudade é este fantasma que me corroí a memoria e alimenta o desejo de voltar a ter-te em mim.
...até que um dia, cansada de partires sem que eu chegasse a tempo, esperaste. Por engano, por ousadia, por amor...por amor. Ali ficaste.
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