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domingo, 26 de fevereiro de 2012

De costas revoltadas

Publicada por bulgari



Temos em comum toda esta assumida distância quanto mais afastados mais confrontados e continuamos de costas revoltadas um para o outro até quando serás meu país e eu teu cidadão? Dir-me-ás que a origem não se apaga, dir-te-ei que o que sou e aprendi a ser em ti não cabe, não enriquece. esmorece o tempo das coisas únicas o tempo em que um homem e uma região se fundiam em vontades semeadas. a pátria, a garbosa ditosa pátria, nega-se o território dissolve-se em promessas tardias e vãs e o amor próprio desertificou-se dos homens De ti só queria gente amando terra, mãos sujas de espaço verosimil queria a ocupação dos tempos livres, em livres diferenças fazer de cada canto, o canto de um território inteiro queria gente amando água, mãos molhadas de mares credíveis queria a ocupação dos infintos destinos, em destinos pertinentes fazer de cada remo, um rumo para o oceano envolto queria gente amando a língua, falas intensas sobre nossas pertenças queria vozes e extremas mudanças, em mudanças mais humanas e fazer de cada ser a transportadora que garante a colocação dos princípios nos destinos de qualquer um.

Jorge Serafim

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