Não sei o que me acorda, para quê,
recolho os pedaços e levo da cama
este meu
sonho interminável, o meu tempo
perdido. Há qualquer coisa,
uma dessas dores de cabeça, o meu
ombro atravessado por uma flecha...
A claridade murmura entre as frinchas
e o rádio no andar de cima larga
outro domingo. Lá fora cirandam
vultos amolecidos pela melodia
com que os pássaros estendem os
caminhos da manhã. Aqui, apago todas
as minhas luzes e espero. No corredor
com um vaso no colo e, sozinha,
uma flor que de tanto esperar
já só a mim cheira....
Diogo Vaz Pinto
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