Dabadus
Os astros solitários abrigam-se
à evidência dos meus passos .
Avanço audaz a abraçar-te
no silêncio imprudente .
Venho devolver-te as horas dormidas .
As horas vãs de valsas monótonas .De quimeras infrutuosas .
De primaveras idas .
Quero a consciência de mim na imaterialidade circunscrita do tempo .
Troco o suave afago do rosto azul lunar
pelas palavras sussurradas entre linhas
(levadas pelo rumor rubro dos ventos brandos)
pelos parênteses curvos dos meus devaneios
(que confinam simples manchas brancas no teu corpo)
pelas palavras escritas de forma ténue à flor da pele
(circunstancialmente dispersas pela subconsciência dos dias .
E da noite)
E da noite)
pela clarividência tumultuosa dos meus dedos .
Pela consciência desassossegada de mim .
Quero a consciência delicada do impulso que ligou a noite - aos dias .
Que desvelou o silêncio confuso - às falas lúcidas e severas .
Que restituiu o caos sereno - à ordem discordante .
Quero o eterno retorno . Substância de ser eu .
Joaquim Chamorro
1 comentários:
Tinha que comentar que é de arrancar a pele à alma!
:)
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