Nesta vida – é um facto – estamos sempre
a desaprender coisas novas. O mundo vai guardando
a luz nas suas bainhas negras e temos a melindrosa
companhia dos fantasmas que nos procuraram:
eles governam rudemente os nossos pequenos reinos
e há um ceptro novo para cada coroação.
De repente, com a volta das estações,
damos por nós muito mais velhos nas fotografias.
As razões que nos assistiam empalidecem em
paisagens cruelmente coagidas pela luz.
Fomos expulsos dos grandes palácios da alegria?
Onde estão os mapas que nos guiavam lá dentro,
exactos como o instinto?
Não sabemos responder: o caminho turva-se:
são as incertezas da maturidade. As palavras não nos iluminam
e o amor está condenado aos defeitos naturais
do coração, que ainda assim há-de voltar a arder
sem defesa nem socorro uma vez mais.
Rui Pires Cabral
Rui Pires Cabral
2 comentários:
Oh mulher, onde tás tu dêtada? Mas quéi isso? Dêxos lá q´eles nã sabem o que perdem, animati quisto agora bolem que nem moscas de roda da merda. Bora animar cu petisco tá quais xigando.
Enquanto o Coração arder,trilhamos a viagem acertada, mal quando é cinza e mel amargo.
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