Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.
Vem, serenidade!
faz com que os beijos cheguem
à altura dos ombros e com que
os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.
Raul de Carvalho
2 comentários:
Magnífico poema!
Não conhecia mas bateu forte.
Knotkid! A poesia tem essa capacidade de nos virar do avesso, e mexer no recanto mais longínquo de nós.
E é tão bom que assim seja.
Abreijos
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