all that sounds

Eu não ando bem. Tem sido um processo gradual que me vai absorvendo aos poucos. Provavelmente por ter levado com quarenta anos em cima e ainda não interiorizar de todo "a coisa".

Se para os homens é a idade da ternura, para as mulheres é uma violência. Tenho sérias suspeitas que a entrada nos quarenta é superada pela grande maioria das mulheres com terapias de choque, ginásios, spas e lipo-aspirações. As restantes recorrem a formas mais graciosas e requintadas, assim que a primeira crise de meia-idade dá o ar da sua graça, escrevendo romances a metro, pseudo-literaturas e manuais de conduta e saber estar. Este últimos são de tal forma exaustivos que dispensam qualquer ida ao ginásio. Ora vejamos!

Sentar com os joelhos unidos e ligeiramente inclinados para a esquerda, quando o corpinho resolve abandonar os limites desde há muito conhecidos, torna esta simples tarefa num feito e deve queimar calorias, senão o porquê de tamanho esforço.

Pois bem! Mas aqui a moça é meio desajeitada, o andar desengonçado é revelador disso e confesso que esta coisa das perninhas fechadas não é para mim (não alimentem as vossas almas de perversidade, que aqui não se safam). É mesmo uma questão de postura...ou falta dela.

A verdade é que, e deixo os rodeios de lado, vou ganhando uns quilinhos, e por muito que me tenha esforçado para não ter comportamentos comuns, não surtiu efeito. Ao primeiro sinal de alarme lá fui eu correndo para um ginásio direccionado para meninas. Nada a apontar, o ambiente é descontraído e amistoso e a música entra-me no corpo relembrando-me tempos antigos. Tirando o facto de ter ficado de gatas e estatelada no chão no final do treino, nada de negativo retirei desta experiência. Antes pelo contrário! Se é a partir dos quarenta que se vive apavorada com as peregrinações das calorias a determinadas zonas do corpo, também é aqui que nos tornamos conscientes que está nas nossas mãos tornar o resto da viagem o mais doce possível. Seja qual for a forma escolhida...