Noite, vão para ti meus pensamentos,
Quando olho e vejo, à luz cruel do dia,
Tanto estéril lutar, tanta agonia,
E inúteis tantos ásperos tormentos...
Tu, ao menos, abafas os lamentos,
Que se exalam da trágica enxovia...
O eterno Mal, que ruge e desvaria,
Em ti descansa e esquece alguns momentos...
Oh! Antes tu também adormecesses
Por uma vez, e eterna, inalterável,
Caindo sobre o Mundo, te esquecesses,
E ele, o Mundo, sem mais lutar nem ver,
Dormisse no teu seio inviolável,
Noite sem termo, noite do Não-ser!
Antero de Quental
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1 comentários:
Bulgari, vim agradecer a visita e olha que tive a agradável surpresa de descobrir neste cantinho, verdadeiras pérolas da nossa literatura, parabéns, mais uma vez gostei. Há algum tempo que não lhes mexia, nestes autores.
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