De vez em quando o coração tem destas coisas. Fecha-se em copas e recusa-se a cumprir o seu destino. Bater com a cadência de um ponteiro de relógio, os segundos, minutos e horas. Abandona a velocidade de cruzeiro para dar início a uma viagem alucinante. Como se não houvesse amanhã.
O meu explodiu-me dentro do peito, sem aviso prévio, como se me quisesse dar uma lição de vida, naquele preciso momento. Estás com pressa? Não gostas de estar aqui? Parecia questionar-me enquanto eu imóvel, tentava controlar a todo o custo a respiração quente, que me queimava os lábios a cada passagem. Cobrindo-os de um terrível sabor a ferro. Desde há muito que aprendi a controlar um simples ataque de ansiedade, mas este era diferente, violentamente diferente.
Embrulhada em mim, sentia os dedos a tocar no suave dos lençois. Pouco ou nada podia fazer, para tentar abstraír-me deste batimento desenfreado, senão a imagem que tenho dos outros e a imagem que possuo de mim mesma. Tanta gente, tantas imagens, tão poucas ou nenhumas.
Quando por fim o corpo cedeu ao cansaço, esse terrível cansaço, apenas uma questão oferecia resistência..."Porque Foges?"
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3 comentários:
Deixa-te de inventários e dedica-te à escrita…
Que boa palmadinha nas costas. Em dias destes, sabe sempre bem.
Obrigado!
Ufa!... Que desespero. Espero que agora estejas melhor, rapariga. Segura-me esse coração, se faz favor!
Beijinho
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